quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Que o anjo me leve
Frustrante
Trabalho, trabalho assim ninguém sustenta
A própria origem causa a conseqüência
Uma mão que não alcança o fruto
Descanso, merecimento, dor, bruto
No fim as paredes vão pinta meu dia
Cria minha noite
Mas continua vazia
Desistência é retribuida com empenho
Puxo com força uma falsa esperança
Algo intangível e impossível
Que meus maiores medos se resumem ao inevitável
No mar despejo meus restos
Sobras mortais e importais entre orações
Tudo seria tão diferente se fosse diferente
Tudo seria tão igual se nada mudasse
Lógica que confundo os mais sábios
A repetição de um castigo infundável
Deito-me então no meu coxão feito de dor
Nada mudou desde então
Lagrimas lampejam meu rosto
Iluminando em mim minhas varias escolhas
Meus segredos se tornam pecados
Meus pecados se tornam evidencias
De um crime inexistente
Espero o fim que a morte promete
Que o anjo leve o que sobraria de mim
O que me resta é a outra vida
Na esperança de ser tudo diferente
Frustrante, Trabalho assim ninguém sustenta
Henrique Nápoles
Blind Angel
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