terça-feira, 5 de abril de 2011
Terra estrelada
O que não faço com frequência
Um dia me comprometi a fazer
Atravessaria o Brasil
Nas asas de um avião
Que coisa interessante
Um monumento à aviação
Uma vez que a nave estava alto
Notei a estranha divina criação
Acredite ou não
Também havia estrelas no chão
Brilhavam e saltitavam
Tinha umas que se mexiam
Outras eram estáticas no chão
Formando o que o doutor dizia
"isso mais parece uma constelação"
Não preciso nem penar
Para desta historia o vilão descobrir
Quando olhei para baixo
vi uma nuvem chata
Que com sua cor opaca me dizia não
Dona nuvem de passagem
Para um marinheiro de primeira viajem
Ver os astros de sua terra
Por isso choro como quem berra
Por nunca ter visto algo tão bonito
Nesse novo infinito
Tendo o mundo como sua cela
Cada vez mais subia
O mundo dos homens sumia
Deixando para trás o espetáculo
Criado por deus
Que pensando nos seus
Presenteou-nos asas para voar
Uma, duas, três e mil.
Tentei contar
Até meu olho cansar
Mas quando pensava que estava a terminar
Novas apareciam de seu covil
Nosso deus!
Que criatividade
Entendo agora sua tamanha justiça
Transformamos seu maior presente
Numa verdadeira imundice
Mesmo assim
Não nos daria um céu tão estrelado
Se aos anjos não permitisse
Ver um chão tão iluminado
Ficarei triste quando pousar
Voltarei a minha vida normal
Sempre terei em mim uma vontade
De aquela luz vê-las
Mas ficarei feliz em saber
Que como os anjos
Também moro entre estrelas
Blind Angel
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"Todos tem um pouco de arte dentro de si".