Já escutei tanto
Fui realmente muito alertado
Nunca dei muita atenção
Porque daria
Aqueles que estão perdendo
Perdendo continuarão
Se depender da minha piedade
Mas aprendi agora
Quando aconteceu comigo
O maior pecado de que tem poder
É não ter a sensibilidade de compreender
Que nem toda regra se aplica
A história mais lida tem o exemplo
Imagina se Pilatos fosse diferente
Em seu lugar um homem santo
Em suas mãos estava uma vida
A vida mais especial que caminhou o mundo
Mas a lei era escusa
Bastava um simples não
Em troca se escondeu atrás da regra
Lavou sua mão com sangue
E permitiu um justo ser crucificado
Quanta falta de sabedoria
Os falsos justos não percebem
Nem perceberão
Que não necessita coragem para seguir a regra
É a covardia que compele o outro a condenar se sentindo justo
Fecha os olhos para aquela verdade incomoda
Que nem todo Justo se encaixa na lei
Condenar é mais do que lavar as mãos
É se negar a compaixão
E estender a mão ao próximo
Pois ai o mal reside
Mesmo quando tudo parece justo
Não passam de carrascos
Ao menos resta a esperança
De que a vítima resta o acalento
Que Deus há de confortar
Ou assim ensinar a suportar
Os desafios que a vida trará
Pois o futuro é negro a todos
Menos a Deus
Quem sabe o leitor um dia dependerá de alguém
Que sofrendo necessite de compaixão
Mas a frieza dos códigos o derrube
Pois nada mais cruel
Do que necessitar de alguém
E ver esse alguém
Com medo de as quebrar regras e códigos
Construídos como guia de um geral
Mas se fôssemos geral
Não precisaríamos da compaixão de ninguém
Apenas Deus.
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